Advogado Constitucionalista, formado e pós-graduado em Direito pela Unicuritiba. Membro da Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB) e da Associação Nacional de Juristas Evangélicos – ANAJURE. É autor do livro Manual do Universitário Cristão – MUC, da Cartilha de Organização Jurídica para Igrejas e autor de artigos em revistas especializadas. Foi Coordenador da Aliança Bíblica Universitária – ABUB em Curitiba e atualmente estuda a relação entre Cristianismo e Política pelo Seminário Teológico Jonathan Edwards

  • A partir de uma perspectiva bíblica, o que é trabalho?

Trabalho é uma forma de adoração, porque não existe nada no universo que não possamos encontrar propósito, a glória e a assinatura de Deus, que não possamos trabalhar nele e devolver a Deus como algo aperfeiçoado e glorificado pelo trabalho. Ele é instrumento de glorificação e adoração.

As possibilidades de trabalho dentro da criação de Deus são infinitas, quando a Bíblia fala de ‘glória em glória’, podemos pensar que o trabalho é essa forma de trazer glória sobre glória. Nessa perspectiva, o trabalho é uma forma de glorificação a Deus.

  • O que é trabalhar para Deus?

Às vezes perdemos a sensibilidade de que somos governados e orientados pelo Espírito Santo e precisamos buscar no secreto o que o Espírito Santo quer que façamos, pois, podemos fazer um ótimo trabalho, construir impérios, mas a sensibilidade espiritual para sabermos o que realmente devemos fazer, só encontramos no secreto. Antes de fazermos um serviço para Deus, devemos desenvolver um relacionamento pessoal com Ele, pois podemos fazer muitas coisas e chegar no último dia e Ele não saber quem somos. É fácil encontrar como ficamos absorvidos por práticas, trabalhos, ministérios e acabamos fugindo da presença de Deus. Todo trabalho diante de Deus é reconhecido, mas o trabalho não deve tomar o lugar de nosso relacionamento com Ele. 

  • Trabalhar para Deus diz respeito a somente o ministério integral?

Não, de forma alguma. Porque ministério integral não é apenas realizado por pastores, pois em nossa vida, tudo é para Deus e um ato de adoração a Ele.

Gabriel relata momentos em que orientou líderes com o seu trabalho e isso ajudou no desenvolvimento da igreja. A importância da profecia, não em prever o futuro necessariamente, mas da exortação no sentido de se a pessoa se arrepender de seus pecados, terá certa consequência, assim como, se não se arrepender, também terá uma consequência, como diz a maior parte das profecias bíblicas, assim, o trabalho também carrega essa força profética de exortação, discernimento e  convite ao arrependimento, que por meio do trabalho, a glória de Deus possa ser promovida.  

  • Como fazemos do nosso trabalho um ato para a glória de Deus?

Certa vez um sapateiro chegou para Lutero e perguntou como ele poderia fazer para glorificar a Deus se ele só era um sapateiro, não sabia pregar, não sabia fazer nada religioso, e Lutero disse para ele fazer um bom sapato e vendê-lo por um preço justo, dando a entender que todo trabalho é uma forma de glorificar a Deus.  

“A Arte e a Bíblia” – Francis Schaeffer:

A arte e a ciência tem um lugar na vida cristã — não são periféricas. Para o cristão, redimido pela obra de Cristo e que vive segundo as normas das Escrituras e sob a liderança do Espírito Santo, o senhorio de Cristo deve incluir o interesse pela arte. O cristão deve usar a arte para glorificar a Deus, não simplesmente como propaganda evangelística, mas como algo belo para a glória de Deus. Uma obra de arte pode ser, em si, uma doxologia”