Sermões de Spurgeon sobre as grandes orações da Bíblia

Jesus intercede pelos transgressores …e pelos transgressores intercedeu (Isaías 53:12).

Nosso Senhor bendito intercedeu pelos transgressores com muitas palavras enquanto estava sendo crucificado, pois o povo o ouviu dizer: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Acredita-se que Ele tenha proferido essa oração no momento em que os cravos estavam sendo pregados em Suas mãos e pés, e os soldados romanos realizavam rudemente seu dever de executores. Logo no início de Sua paixão, Jesus começa a abençoar Seus inimigos com orações. Assim que a Rocha de nossa salvação foi golpeada, dela partiu uma enxurrada abençoada de intercessão.

Nosso Senhor fixou o olhar na particularidade do caráter de seus perseguidores que lhes era mais favorável, isto é, de que eles não sabiam o que estavam fazendo. Ele não podia implorar dizendo que eram inocentes, portanto suplicou pela ignorância deles. A ignorância não podia servir de desculpa para suas ações, mas lançou luz sobre a culpa, portanto nosso Senhor foi rápido em mencioná-la como uma medida para amenizar as circunstâncias.

Os soldados romanos, claro, não conheciam nada a respeito da missão sublime de Jesus; eram meros instrumentos dos que estavam no poder, e apesar de terem zombado dele e lhe dado vinagre, agiram desse modo porque não entenderam Suas afirmações e o consideravam um rival tolo de César, digno apenas de ser ridicularizado. Sem dúvida o Salvador incluiu aqueles grosseiros gentios em Sua súplica, e talvez até o centurião que glorificou a Deus, dizendo: “Verdadeiramente, este homem era justo” converteu-se em resposta à oração de nosso Senhor.

Quanto aos judeus, embora tivessem um pouco de esclarecimento, também agiram nas trevas. Pedro, que não era dado a elogiar nenhum homem, disse: “E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também as vossas autoridades”. Não há sombra de dúvida de que, se eles soubessem, não teriam crucificado o Senhor da Glória, embora seja igualmente visível que deviam ter conhecido Jesus, porque Suas credenciais eram tão claras quanto o meio-dia. Nosso Redentor, em Sua oração, naquele momento de agonia, mostra que vê rapidamente qualquer coisa, não importa o tamanho, que seja favorável às pobres criaturas cuja causa Ele assumiu.

Em um instante, observou o único fato sobre o qual a compaixão poderia encontrar apoio e secretamente expôs Seu coração amoroso com um grito: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Nosso grande Advogado com certeza suplicará com sabedoria e eficiência em nosso favor. Ele insistirá em qualquer argumento que possa ser descoberto, porque Seus olhos, inspirados pelo amor, não permitirão que nada deixe de ser manifestado em nosso favor.

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