É fundamental em todas as interações humanas a prática do respeito. Além daquilo que socialmente é exigido, nós como filhos de Deus e cidadãos do Reino devemos demonstrar o que Jesus ensina em Sua “metodologia” de vida: o Sermão do Monte.

Em Mateus 5:20-22,44-45, podemos entender o que o Senhor Jesus espera de nós, como filhos e discípulos, no tratamento com o próximo. As instruções de Jesus ao longo de todo o sermão são claras, diretas e imediatamente aplicáveis, embora digam respeito a mudanças que precisamos buscar por todo o processo de santificação que vivemos em nossa caminhada com o Senhor. Jesus é nosso exemplo e nosso parâmetro, tanto no relacionamento com o Pai quanto com os outros. Em um tempo em que a expressão das opiniões e o desejo de vencer discussões estão tão acentuados, é importante relembrarmos aquilo que Jesus espera de nós ao lidarmos com os outros. Ressalto ainda que neste texto não há um direcionamento sobre qual tipo de pessoa deve ser tratada com respeito, pois Cristo deixa claro que esse é o padrão, e não a exceção.

Onde encontrar na Bíblia?

MATEUS 5:20-22

Eu os advirto: a menos que sua justiça supere muito a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vocês jamais entrarão no reino dos céus. Vocês ouviram o que foi dito a seus antepassados: “Não mate. Se cometer homicídio, estará sujeito a julgamento”. Eu, porém, lhes digo que basta irar-se contra alguém para estar sujeito a julgamento. Quem xingar alguém de estúpido, corre o risco de ser levado ao tribunal. vv.44-45

Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos e orem por quem os persegue. Desse modo, vocês agirão como verdadeiros filhos de seu Pai, que está no céu. Pois ele dá a luz do sol tanto a maus como a bons e faz chover tanto sobre justos como injustos.

Falando sobre o assunto

Muito embora essas orientações tenham sido dadas na nova aliança, podemos aprender com dois exemplos do Antigo Testamento, que agiram de forma respeitosa e honrada ao lidar com pessoas, que ao nosso ver, não o mereciam nem um pouco. O primeiro exemplo diz respeito aos amigos de Daniel. O rei Nabucodonosor ameaçou a vida deles, caso se recusassem a adorá-lo. Diante do posicionamento

resoluto dos três jovens, o rei fez uma nova tentativa, mas eles mantiveram sua decisão, conforme o texto a seguir:

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam: “Ó Nabucodonosor, não precisamos nos defender diante do rei. Se formos lançados na fornalha ardente, o Deus a quem servimos pode nos salvar. Sim, ele nos livrará de suas mãos, ó rei. Mas, ainda que ele não nos livre, queremos deixar claro, ó rei, que jamais serviremos seus deuses ou adoraremos a estátua de ouro que o rei levantou” (DANIEL 3:16-18).

Veja o tom de firmeza, somado a uma reverência devida à autoridade real. Sendo confrontados, ameaçados e coagidos (e mesmo tendo a vida em jogo!), além de manterem a fidelidade ao Senhor, eles ainda mantiveram o respeito devido à Nabucodonosor.

O segundo exemplo é o de Ana, mãe de Samuel. Ela era profundamente atormentada pelo fato de não ter filhos, e em uma das idas ao santuário em Siló, estando em angústia de alma, Ana derramou o coração dela diante do Senhor. O sacerdote Eli, no entanto, fez um péssimo juízo dela e a repreendeu como se ela estivesse embriagada; observe o texto: Enquanto ela fazia sua oração ao Senhor, Eli a observava. Viu que os lábios dela se moviam, mas, como não ouvia som algum, pensou que ela estivesse bêbada. “Até quando vai se embriagar?”, disse ele. “Largue esse vinho!” Ana respondeu: “Meu senhor, não bebi vinho, nem outra coisa mais forte. Eu estava derramando meu coração diante do Senhor, pois sou uma mulher profundamente triste. Não pense que sou uma mulher sem caráter! Estava apenas orando por causa de minha grande angústia e aflição”. “Nesse caso, vá em paz”, disse Eli. “Que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu” (1 SAMUEL 1:12-17).

Todo o povo de Israel sabia o quanto Eli e seus filhos estavam afastados do Senhor, podendo talvez ser vistos com menor respeito e autoridade por causa do comportamento deles (1 SAMUEL 3–4). Mesmo nesse contexto, e ainda tendo sido duramente repreendida e ofendida por Eli, Ana o tratou com respeito. Quem sabe outra pessoa no lugar dela não teria retribuído a ofensa, ou “lembrado” Eli de que ele era um sacerdote sofrível e que as visões de Deus eram poucas, devido ao pecado dele e de seus filhos. Mas Ana o tratou com o respeito devido à sua autoridade de sacerdote, da mesma forma que os amigos de Daniel agiram com Nabucodonosor.

Questões para debate

1. Com tantas discussões e ofensas, nos ambientes e na internet, de que maneira podemos desenvolver o estilo de vida apresentado no

Sermão do Monte nos dias de hoje?

2. Você tem alguma experiência de contato ou convívio com “pessoas importantes”, que demandam tratamento especial? Como seria se

todos fossem tratados dessa forma?

3. Como você tem tratado o seu próximo?

Oração

Querido Deus, agradecemos-te por Jesus, nosso modelo. Agradecemos-te pela Palavra, nosso guia de vida e prática. Pedimos graça para desenvolver o estilo de vida do Sermão do Monte em nosso dia a dia e, de forma especial, para tratarmos ao próximo com o devido respeito. Ajuda-nos a sermos mansos e humildes como o Senhor é, queremos e precisamos aprender de ti. Em nome de Jesus. Amém!

Bruna Santos

Pós-graduação em Ciência do Solo — Jesus na UFPR Agrárias