Rufino nasceu em Concórdia (na Itália) e estudou em Roma, onde conheceu Jerônimo. Posteriormente, viveu durante algum tempo em uma comunidade ascética na Itália antes de se mudar para o Egito e, mais tarde, para um mosteiro perto de Jerusalém. Sua principal obra literária foi a tradução de escritos gregos, especialmente os de Orígenes, para o latim em um período quando o conhecimento da língua grega estava declinando no Ocidente. Seu ex-amigo Jerônimo atacou duramente a qualidade de suas traduções, mas os estudiosos modernos acreditam que elas sejam essencialmente confiáveis. Dentre suas obras originais, seu Commentary on the Apostles’ Creed (Comentário sobre o Credo Apostólico) é algo dependente dos escritos de Cirilo de Jerusalém.

Leia agora um de seus devocionais:

Transformado por Deus

Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas

Poderia eu duvidar de que Aquele que me fez do pó da Terra pode me inocentar, uma pessoa culpada? Poderia eu duvidar que Aquele que me fez ver quando eu era cego, ou ouvir quando era surdo, ou andar quando era coxo, é capaz de recuperar para mim a minha inocência perdida? Veja o testemunho da natureza — matar um homem nem sempre é criminoso, mas matar com má intenção e ilegalmente é criminoso. Então, em tais casos, o que me condena não é o ato (às vezes, ele é praticado corretamente), e sim as más intenções da mente. Se a minha mente, que era considerada criminosa e causou pecado, está corrigida, por que eu não poderia ser inocentado já tendo sido um criminoso?… Porque o crime não consiste no ato, mas na vontade. Assim como uma vontade má, induzida por um demônio maligno, me expôs ao pecado e à morte, a vontade transformada em boa e inspirada pelo bom Deus me restaurou à inocência e à vida. O mesmo ocorre com todos os outros crimes. Como resultado, não conseguimos encontrar contradição entre a nossa fé e a razão natural, porque o perdão dos pecados não é concedido a atos que não podem ser mudados após cometidos, e sim à mente, que pode ser transformada de má para boa.

O crime não consiste no ato, mas na vontade

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