“Na primavera, no final do dia”, disse Margaret Atwood, “você deve cheirar a sujeira”. É por isso que, para muitos de nós, a primavera não começa oficialmente até que levemos para casa pacotes de sementes e mudas de plantas do viveiro. Claro, nossos propósitos neste momento são inteiramente mercenários. Não estamos muito interessados ​​na adolescência esguia das plantas. São os frutos da maturidade que buscamos: fatias de tomate para hambúrgueres; feijão e arroz para todos os dias; batatinhas para aquela sopa em dias frios.

No início do verão, ao inspecionar o jardim após um dia de trabalho, um intenso afeto brota em seu coração. Você se torna solícito sobre as tarefas sob seus cuidados. Tais sentimentos de afeição por coisas que cuidamos e depois matamos e comemos não se restringem à jardinagem.

Ajudei meu irmão com o trabalho necessário no açougue e não acho nada contraditório vê-lo triste com a morte de seus animais, mesmo que ele saboreie as costeletas grelhadas e o cordeiro da Páscoa que estão por vir. Nossa profunda necessidade de cuidar da criação, e a satisfação que ela traz, não deveria surpreender ninguém que professa acreditar em Deus. Todas as fés abraâmicas acreditam que a humanidade teve suas origens em um jardim perfeito, onde existia plena harmonia entre Deus, homem, mulher e toda a criação. 

A boa notícia é que mesmo um jardim improdutivo no sentido de alqueires por acre pode nos apontar para o centro divino das coisas. Em Suas parábolas, Jesus frequentemente usava falhas agrícolas para provar um ponto: o figo amaldiçoado que murchava; a boa semente sem fins lucrativos em solo rochoso; e o joio e cardos que cresciam entre o trigo. Ele parece sugerir que mesmo em um jardim medíocre há muito que podemos aprender que seja bom. Além disso, com a humildade advinda da sabedoria, somos menos propensos à arrogância de construir um celeiro maior para guardar tudo (Lucas 12:18) que possa afligir aqueles que conseguem colheitas abundantes. 

Cuide de um jardim e ele o tornará generoso, quer você goste ou não. Aqueles dez tomateiros que cabem tão bem no banco de trás em maio? No início de agosto, eles podem produzir dez quilos extras por semana, que você vai embutir avidamente a amigos e colegas de trabalho desavisados. Com o tempo, porém, nossa generosidade egoísta pode se transformar em algo mais frutífero espiritualmente. Gradualmente, você percebe que dar o seu melhor é sua própria recompensa.

A jardinagem também nos ensina que, a menos que uma semente caia no chão e morra, ela permanece apenas uma única semente. Mas se morrer, dará grandes frutos. O mesmo acontece com nossas vidas. Somente quando morremos para o eu podemos produzir frutos que trazem glória a Deus.

Discussão

  1. Você se vê como um zelador da criação de Deus? Se sim, qual o papel que você desempenha no controle da poluição, no tratamento ético dos animais ou em outras questões ecológicas?
  2. Se você é um jardineiro, que lições espirituais você pode ou já tem aprendido?
  3. Leia João 12:24-26. O que Jesus quer dizer quando afirma que uma pessoa deve morrer sozinha? Como isso afeta como vivemos, trabalhamos e servimos a Deus?