Considerado um dos maiores pensadores da história americana, Jonathan Edwards foi, antes de tudo, um pregador convincente e pastor cuidadoso.

Jonathan Edwards é conhecido como um dos maiores teólogos e filósofos da história norte-americana e foi um dos precursores da era da expansão missionária protestante no século 18. A vida desse avivalista é um grande exemplo de consagração a Deus no desenvolvimento de seu intelecto, permitindo ao Senhor usá-lo como instrumento em Suas mãos. Edwards nasceu em 05 de outubro de 1703 em Connecticut, EUA, em um lar puritano. Foi o único filho homem entre 11 crianças do casal Timothy e Esther Edwards.

Jonathan cresceu numa atmosfera de devoção puritana, carinho e aprendizado. Ele foi educado com bastante rigor por seu pai. Estudava a Bíblia, teologia cristã e línguas antigas. Seus pais eram intelectuais e contribuíram para moldar seu caráter. O reverendo Timothy era muito respeitado como professor e pregador, e Esther era bem instruída e exercia tanta influência sobre Jonathan quanto o esposo.

Jonathan Edwards começou sua formação na Universidade de Yale aos 13 anos e se formou três anos depois. Ele era um jovem muito inteligente e utilizava a escrita para codificar suas filosofias incipientes. Após suas caminhadas, as quais usava para pensar, passava para o papel todos os seus pensamentos e reflexões. Seus processos iniciais de pensamento se solidificaram depois de uma leitura do Ensaio de John Locke sobre o Entendimento Humano, quando Edwards tinha 14 anos. E muitas das suas anotações desta fase se tornaram base para os seus sermões e textos mais tarde.

Jonathan proferiu uma série de sermões sobre “Justificação somente pela fé” em novembro de 1734. O resultado foi um grande avivamento em Northampton, período em que mais de 300 pessoas fizeram profissão de fé — num evento conhecido como o Grande Despertamento. Nunca houvera nada semelhante anteriormente e sua publicação seguinte: A surpreendente obra de Deus (Editora Vida, 2017), publicada pela primeira vez em 1737, causou profundo impacto na América e na Europa, destacando-o como reavivalista e “teólogo do coração”, particularmente por meio de sua descrição dos tipos e estágios da experiência de conversão experimentados em sua igreja. 

O avivamento que começou em Northampton logo se espalhou por todos os lados da Nova Inglaterra. Edwards e seu colega, também pregador, George Whitefield viajaram pela região pregando as boas novas e ganhando almas. Esse reavivamento foi diferente de qualquer outro no país ou no exterior, pois centenas de pessoas se renderam à fé salvadora em Cristo durante esse período. Talvez a maior contribuição de Edwards para a história tenha sido sua parte no Grande Despertamento. O século 18 principiou os avivamentos nas igrejas norte-americanas. Jonathan Edwards estimulou esse reavivamento com seu próprio tipo de pregação ardente. Com sermões como “Justificação somente pela fé”, ele exortou sua congregação a se arrepender de seus pecados e a reconhecer a necessidade de um Salvador.

Entre 1740 e 1742, ocorreu o Grande Despertamento pelas colônias. Whitefield, um evangelista de grande sucesso no movimento metodista inglês, e Gilbert Tennent, ministro presbiteriano de Nova Jersey, atraíram multidões; seus sermões inflamados resultaram em resposta emocional e conversões em massa. O próprio Edwards, embora tenha mantido sua congregação relativamente calma, utilizou-se da “pregação do terror” em várias ocasiões, como no sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado (1741).

O Despertamento produziu não apenas conversões e transformação de muitas almas, mas também excessos, revoltas e inquietações eclesiásticas e civis. Enquanto os críticos questionavam as convicções dos novos convertidos, Edwards se tornou um grande apologista dos avivamentos, testificando que se tratava da obra genuína de Deus. Em defesa e debate do Despertamento, ele escreveu: As marcas distintivas de uma obra do Espírito de Deus (1741), Alguns pensamentos sobre o atual avivamento da religião na Nova Inglaterra (1742) e Afeições religiosas (1746). Durante esse tempo, Edwards ficou conhecido como um pregador reavivalista, firmando uma interpretação da teologia reformada que enfatizava a soberania de Deus, a depravação da humanidade, a realidade do inferno e a necessidade da conversão para o “novo nascimento”. 

Edwards pretendia se aposentar do pastorado na igreja que já exercia há muitos anos. Porém, em junho de 1750, ele foi demitido numa votação quase unânime por sua congregação. Ele tentou impor mais rigor na admissão dos sacramentos, pois estava preocupado com uma tolerância que estaria permitindo a entrada de hipócritas e incrédulos na membresia. 

De 1751 a 1757, a convite, Jonathan passou a pastorear a igreja em Stockbridge, e a congregação além de colonos ingleses incluía nativos americanos, com 150 famílias moicanas e mohawks. Ali, escreveu muitas de suas principais obras, como: The freedom of will [A liberdade da vontade], em 1754, na qual tentou provar que a vontade humana era determinada pelo apego ao pecado ou pela graça na alma. Em 1758, assumiu o posto de presidente da Universidade de Princeton, mas, alguns meses após sua chegada, contraiu varíola, vindo a falecer em 22 de março de 1758, aos 53 anos.

Mais do que uma grande apresentação do pensamento desse renomado teólogo e evangelista Puritano, seus devocionais apresentam um raro vislumbre de um coração consumido por paixão pela glória de Deus.

Leia agora um de seus devocionais:

A colheita futura

Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas

Todas as grandes obras de Deus no mundo durante certo período de tempo foram preparatórias. Houve muitas grandes mudanças e revoluções no mundo, e todas elas foram apenas o girar das engrenagens da providência para abrir caminho para a vinda de Cristo e o que Ele deveria fazer no mundo; Ele cuidou especialmente de todas as grandes obras de Deus para com a Sua Igreja. Antes da vinda de Cristo, a Igreja esteve sob diversas dispensações da providência e em circunstâncias muito diversas, mas todas essas dispensações deviam preparar o caminho para a Sua vinda. Deus forjou a salvação para a alma dos homens durante todo aquele tempo, embora em quantidade muito menor do que viria depois, e tudo isso foi feito como uma antecipação. Todas as almas que foram salvas antes da vinda de Cristo eram apenas os presságios da colheita futura.

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