Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se! —FILIPENSES 4:4

Em que tipo de mundo nós, como médicos, habitamos? Fomos profundamente influenciados pela história da humanidade. Para os do ocidente, podemos citar as revoluções científicas que influenciaram profundamente nosso modo de ver o mundo, consequentemente a forma como praticamos nosso ofício médico.

Quando as leis da física estavam sendo desenvolvidas, nossos antepassados ficaram encantados com a ordem que elas estabeleciam em nosso mundo. Poderíamos entender a mente de Deus descobrindo Suas leis. Mecanismo e racionalismo dominavam, mas ainda assim faltava algo que os satisfizesse ao tentar decifrar o mundo como um mecanismo de um gigantesco relógio funcionando por alguma razão desgovernada. Os românticos reagiram, apontando para a maravilha da natureza e como isso lhes falava intuitivamente sobre a beleza do mundo. Com o desenvolvimento da teoria evolutiva, vemos um desdobramento adicional. Baseando a teoria em “sobrevivência do mais forte” e em “mudanças ao acaso”, o mundo tornou-se para muitos um lugar assustador de desordem sem sentido e triunfo agressivo dos fortes sobre os fracos. Até mesmo cristãos desenvolveram um imaginário social em que Deus está distante de seu mundo. Nossos pacientes podem ser vistos como um mecanismo que precisa de conserto ou como resultado de um produto sem sentido de forças aleatórias no mundo.

Paulo, na carta aos filipenses, expressa sua total confiança no Deus que tão dramaticamente o encontrou na estrada para Damasco e que interveio na vida dos seus amados filipenses. O Senhor foi trabalhando Seus propósitos na vida de Paulo e de seus leitores. É por isso que mesmo a prisão não o desanimou. Deus estava no controle de sua vida, e o encarceramento de Paulo servia para espalhar o evangelho. Assim, ele pede aos seus leitores que não desanimem. Deus elaborará Seus propósitos inescrutáveis e, portanto, eles podem se alegrar no Senhor. Aconteça o que acontecer, na escassez ou na abundância, Paulo depende do Deus que o fortalece. O imaginário de Paulo é profundamente pessoal, pois Deus é ativo em sua vida, na vida de seus leitores e no mundo, de forma geral, para que Paulo possa se alegrar, e ele exorta seus leitores a fazerem o mesmo.

Reflexão: Vivemos em um mundo pessoal, criado a partir do amor divino que afeta a nossa prática clínica.